A vida é feita de altos e baixos. Há momentos em que o caminho corre muito bem mas, ainda assim, há um aperto no coração que me dá vontade de desistir. Por medo do que está apara vir ou por uma razão qualquer, desconhecida e insignificante, tudo o que devia saber bem sabe a imerecido, pura sorte ou aos riscos que parece trazer.
Há dias em que estou no topo da montanha, bem, feliz, realizada, mas o tapete enrola-se por baixo dos meus pés e perde-se o controlo. Sem culpa de nada nem ninguém, a vida intervém com uma chapada de realidade dura. Nada do que parece estar certo é controlável. Somos apenas objetos de um destino que brinca connosco, dando-nos liberdade dentro de um ambiente controlado para apenas depois nos virar do avesso e mostrar tão facilmente que a vida não é como nós queremos,
Depois subimos outra vez, ao início com medo que rapidamente tudo volte a descambar, sem aviso. Mas nesta fase ainda estamos avisados, razão pela qual a premonição é tortura suficiente para que nada aconteça mas soframos na mesma. Mas depois ganhamos confiança de novo, tolos, ingénuos. Acreditamos que detemos nas nossas mãos todo o poder do futuro e que o manipulamos à nossa vontade.
Não sabemos, mas é nestes momentos que estamos mais frágeis, menos de sobreaviso. Como patinhos, prontos a cair. E caímos de novo. E tudo volta a repetir-se.
Há quem deixe de se levantar, escolha viver no sofrimento permanentemente porque a inconstância se revela mais dura do que a certeza de que se há de sofrer. Mas a maioria segue até ao fim da linha sempre a cair e a levantar-se, contentando-se com os altos que lhes são permitidos vivenciar e mascarando os baixos a todos os que de fora vêem (afinal não é a toda a gente que vou mostrar o meu choro mais feio e mais primitivo).
Os momentos de fragilidade são difíceis, de viver e de aceitar. Mas vão sempre existir. E às vezes torna-se fácil esquecer-me disto.